SOBE PAR 19 A LISTA DE
RÉUS
NO PROCESSO DO PETROLÃO
Responsável pelas investigações da Operação Lava Jato em
primeira instância, o juiz federal Sérgio Moro aceitou nesta segunda-feira (15)
mais denúncias feitas pelo Ministério Público contra investigados no esquema
bilionário de corrupção na Petrobras, totalizando 19 réus até agora. A maioria
dos novos denunciados operava para as empreiteiras OAS e Galvão Engenharia.
Mais cedo, o juiz havia acatado acusação de outras nove pessoas. As decisões referem-se
à sétima fase das investigações, que apura a participação de executivos e
representantes de nove grandes empreiteiras em fraudes nos contratos com a
estatal, em montante estimado em R$ 59 bilhões.
De acordo com o juiz, há provas e depoimentos de delação
premiada, feitos por Youssef e Paulo Roberto Costa, de que os contratos
assinados entre a OAS e empresas controladas pelo doleiro foram feitos sem a
comprovação da prestação dos serviços. “Em decorrência do esquema criminoso, os
dirigentes da OAS teriam destinado pelo menos 1% sobre o valor dos contratos e
aditivos à Diretoria de Abastecimento da Petrobrás. Parte dos valores foi paga
a Paulo Roberto Costa, enquanto ele ainda era diretor de Abastecimento, e outro
montante após a saída dele”, afirmou o juiz.
Em seu despacho, ele diz que “depósitos vultosos”
demonstram a ilicitude de algumas operações. “Mais do que os depoimentos
prestados pelos criminosos colaboradores, Paulo Roberto Costa e Alberto
Youssef, além daqueles prestados por outros acusados e testemunhas, há prova
documental dos contratos celebrados entre a Galvão Engenharia e as empresas
controladas por Youssef, com a realização de depósitos vultosos sem aparente
causa econômica lícita, e que bastam para conferir, nessa fase, credibilidade à
denúncia”, acrescentou Sérgio Moro.
Na semana passada, o Ministério Público Federal no Paraná
denunciou 36 pessoas investigadas na sétima fase da Operação Lava Jato. A
maioria delas é ligada às empreiteiras. Entre os suspeitos que podem virar
réus, decisão que é aguardada ainda para esta semana, estão Adarico Negromonte
Filho, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP-BA), suspeito de
ser o emissário de Youssef no pagamento de propinas; Angelo Alves Mendes,
vice-presidente da Mendes Júnior; Antonio Carlos Fioravante Brasil Pieruccini,
advogado que seria receptador de propina de Youssef; e Dalton Santos Avancini,
presidente da Camargo Corrêa.
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