segunda-feira, 15 de setembro de 2014

620 MIL ELEITORES ESTÃO SOB
CONTROLE DAS MILÍCIAS NO RJ 
AS FAVELAS SÓ EXISTEM AS VÉSPERAS DAS ELEIÇÕES
Apesar da atuação das forças de Segurança Pública, que desde 2009 já realizou a prisão de 989 pessoas, grupos milicianos crescem no Estado do Rio de Janeiro e estão atuando em 36 dos 92 municípios fluminenses. Esses bandos exercem influência no cotidiano de pelo menos 620 mil pessoas, controlando a venda de produtos de primeira necessidade, meios de transporte e até a administração de conjuntos habitacionais. Pelo menos 219 pessoas foram mortas em locais dominados por milícias entre 2006 e 2009.
O poder paralelo está presente em 368 localidades, incluindo 51 bairros da capital. No interior, cresce em proporção geométrica, principalmente no Norte Fluminense: em seis anos, o número de áreas controladas na região saltou de duas para 23. Os dados são de levantamento feito pelo jornal O Globo com base em dados da Polícia Civil e do Disque-Denúncia (2253-1177). 
De janeiro a agosto deste ano, o Disque-Denúncia recebeu 2.522 ligações com relatos sobre ações de milícias em diferentes regiões do estado. A capital concentra o maior número de denúncias: foram 1.811 telefonemas — 73% do total. Predominantemente comandadas por policiais e bombeiros da ativa ou expulsos de suas corporações, essas quadrilhas ganharam notoriedade em meio às investigações da CPI das Milícias da Assembleia Legislativa. O relatório final elaborado pela comissão em 2008 cita a presença de grupos paramilitares em 171 localidades. Passados seis anos, a quantidade de favelas e conjuntos dominados cresceu 115%.
Atualmente, milícias que buscam novas áreas têm uma prioridade: os conjuntos habitacionais. Quadrilhas já controlam 17 empreendimentos do programa do governo federal Minha Casa Minha Vida na Zona Oeste, nos quais vivem 14 mil pessoas. O avanço sobre esse tipo de moradia começou nos condomínios do Quitungo, em Cordovil; no IAPI e no IAPTec, na Penha; no IAPC e no Pombal, em Cascadura; no Conjunto dos Ex-Combatentes, em Benfica; e na Cohab em Realengo. Neles, paramilitares assumiram a administração dos serviços de manutenção dos prédios, cobram taxas de segurança e ainda lucram com a exploração ilegal de sinais de TV a cabo, entre outras atividades.
Em nota, o Ministério das Cidades informou que está a par do problema nos conjuntos do Minha Casa Minha Vida e que, em parceria com a Secretaria Nacional de Segurança Pública, formou um grupo de trabalho para ''integrar ações voltadas à prevenção de condutas ilícitas nos programas habitacionais da União”. (Fonte: Rio/247)

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